Futebol tira a razão, gera violência e por vezes corrupção. Brasileiro só é brasileiro quando está em época de copa do mundo - única época do ano em que canta o hino do país.
Afinal, o que seria um time? Ora, vai dizer que seu time - se é que você tem um - possui os mesmos jogadores, comissão técnica, etc, do passado? Não. Os times vão mudando, é até sem lógica manter uma torcida.
Mas convenhamos, caro leito, futebol é muito mais que isso. Futebol move uma massa por um amor em comum: a camisa, o peso de um manto sagrado. Eu tenho o meu, e o meu é tricolor. Fortaleza Esporte Clube.
O amor pela camisa vai passando de pai para filho, unindo pessoas de todas as classes sociais, de todas as religiões, de todas as ideologgias políticas. Uma união que só é possível graças à paixão pelo escudo do time.
Mesmo contra todas as probabilidades, eu vi meu time, com apenas 2% de chance, subir à Série A. Eu vi meu time cair para a Série C, mas sempre com a mesma esperança de alcançar o melhor. Eu vi meu time em dez minutos virar um jogo que perdia por 4x1.
Mesmo eu, um cético declarado, condenado ao meu ateísmo, não posso negar: eu acredito, mesmo hoje, contra todas as probabilidades, na vitória. Não é porque eu vi meu time, há poucos minutos deste exato momento, perder para o seu maior rival, que vou abandoná-lo.
Alienação? Talvez. Irracionalidade? Sem sombra de dúvidas. Afinal, por vezes, quando a paixão fala mais alto que a razão, nosso peito pulsa, nosso coração acelera. Aquele bendito frio na espinha quando quase levamos um gol.
Futebol é movido por paixão, não é preciso saber o que é um impedimento, um 4-4-2, a função de um volante, basta saber a língua universal do brasileiro: gritar quando a rede balança.
LEÃO, NÓS GOSTAMOS DE VOCÊ!!